Oi, gente.
Aqui é a Larissa Rumiantzeff, e o livro do
qual falarei hoje é "Misery", de Stephen King.
Todos nós já lemos uma saga em que o autor cria um final que de repente não nos agrada, ou mata personagens aos quais nos apegamos (George R R Martin, estou olhando pra você). Mas normalmente, nós atemos a textões raivosos no facebook e desabafos no twitter.
Só que essa fã não tem nada de normal.
Misery se passa na cidadezinha de Sidewinder, Colorado, nos Estados Unidos, onde o escritor Paul Sheldon gosta de se refugiar para terminar de escrever os seus romances. Paul Sheldon ficou famoso e tem algum dinheiro graças à série de romances Misery, que escreve há vários anos, com algum êxito. São romances históricos, do tipo água com açúcar meio hot, em que a personagem principal é uma mulher vitoriana chamada Misery Chastain. Pensem em Dan Brown se ele escrevesse romances de época com capas... estranhas.
Apesar do sucesso, o escritor
está farto da limitação que o livro lhe traz, em não poder se aventurar por
outros temas. Desta vez, Paul
Sheldon está prestes a publicar o último livro da série, “O bebê de Misery” e
está terminando de escrever um novo, que se passa em outro universo.
Acontece
que, em um assomo de espontaneidade, o escritor badalado decide ir de carro até Los
Angeles em vez de pegar um avião para Nova York, e acaba se envolvendo em um acidente de
carro, causado por uma tempestade de neve. Por sorte, um carro estava por
perto, e alguém o tira do carro (e da Nevasca). Trata-se da sua auto-intitulada
fã número 1, a enfermeira Annie
Wilkes.
Pois é, a
enfermeira leva o ídolo para a sua casa, ali perto de onde aconteceu o
acidente, e começa a cuidar de seus ferimentos, sob o pretexto de estar
esperando o tempo melhorar para alertar as autoridades e a sua família. Isso poderia
render um romance fofo estilo "Como eu era antes de você" de Jojo Moyes.
Isso se a
enfermeira em questão não fosse completamente psicótica. E ela está realmente
empolgada com o lançamento do novo livro de Paul Sheldon, que acabou de
comprar. Mas o que ela não faz ideia ainda é que, para evitar o lançamentos de novos
livros da Misery, Paul Sheldon matou a sua personagem principal.
Então Annie
Wilkes, que não era modelo de sanidade, fica virada no Jiraya e começa a torturá-lo
de várias formas criativas, para que ele escreva um novo livro, e arrume um jeito de
ressuscitar a sua galinha dos ovos de ouro. No melhor estilo: “Se vira ai, meu
filho”. Nesse ponto, fica bem claro que ela não alertou as autoridades, nem
ninguém, sobre o paradeiro do autor, e nem pretende alertar.
E agora
criar o melhor livro de sua vida não é uma questão de vaidade, de fama ou de
dinheiro. Paul Sheldon precisa escrever um final criativo o bastante para apaziguar Annie
Wilkes, se quiser continuar vivo.
Só existe
uma palavra para definir esse livro. Aliás, uma hashtag. #Medo. Eu terminei o
livro apavorada e maravilhada.
Apavorada
porque Stephen King engenha o suspense de tal forma que tortura o leitor. A
sensação que dá é que estamos na mesma situação que ele, vulneráveis, amarrados
a uma cama, com as duas pernas quebradas com uma espécie de tala improvisada,
com a perspectiva de sermos torturados. E deixa eu dizer aqui que ele é beeeeem
gráfico e criativo quando se trata dos métodos de tortura da Annie. Para
piorar, e me senti de olhos vendados, porque o próprio Paul Sheldon não vê o
que está prestes a acontecer com ele.
Em uma
passagem específica, ele diz que se sente como o cachorro do experimento de
Pavlov, porque sempre que Annie aparecia com um machado, ele sabia que coisa
boa não era, e começava a gritar.
E maravilhada
pela narrativa e pela criação dos personagens, por meio até do estilo de fala
(A Annie se recusa a falar palavrões e usa muitos eufemismos, deixando a sua
fala um tanto infantil). Confesso que eu
pulei as partes mais grotescas, quando dava para não comprometer a compreensão
da história. Mas o que eu mais gostei, além da antecipação, era o insight de um
autor falando sobre a arte da escrita. Uma baita metalinguagem aí.
Em uma dada
passagem, ele se ressente do fato de não poder se esquecer dos momentos mais
dolorosos de sua vida, como o acidente, ao contrário de algumas pessoas que
alegam não se lembrarem de nada depois de um clarão. E ele mesmo responde a sua
pergunta, em pensamento.
“Porque escritores se lembram de tudo, Paul. Especialmente o que dói. Tire toda a roupa de um escritor, aponte para as cicatrizes, e ele vai contar a história de todas, até as menores. As maiores rendem romances, não amnésia. É bom ter algum talento se você quiser ser escritor, mas o único requerimento real é se lembrar da história de cada cicatriz”.
Vale demais
a pena. Começa meio lento, e Stephen King tem um estilo altamente descritivo, mas nem que vocês precisem ler mais aos poucos, vale a pena.
Então, eu
fui ver o filme de 1990, com Kathy Bates e James Caan, cujo título em português é "Louca Obsessão". Achei até uma adaptação muito boa. Kathy Bates se
imortalizou no papel de Annie Wilkes, ganhando um Oscar por melhor atriz e um
Globo de Ouro, por melhor atriz de longa metragem. Além disso, a versão cinematográfica
tem umas cenas bem fortes, ganhando agilidade por não precisar das descrições. Sabe aquele filme que não dá pra se recostar na cadeira, de tanta agonia? É bem isso.
No entanto,
tal como acontece em adaptações, não dá pra salvar tudo. E se os fragmentos do
livro do Paul Sheldon foram apenas mencionados, as referências e o simbolismo também. Como a referência cruzada com o hotel de "O iluminado"o Overlook.
Eu diria
que vale muito a pena ver o filme, pelas interpretações dos atores, mas já
sabendo o que acontece. Como a sobremesa, depois de saborear uma obra de
Stephen King.
Recomendo
tanto o livro quanto a sua adaptação, para aqueles que não tenham estômago fraco. Fiquei
com mais medo desse filme do que dos melhores filmes de terror de hoje em dia,
pelo simples fato que terror psicológico mexe mais comigo. Não é fácil
encontrar um maníaco com gancho na mão, nem um boneco amaldiçoado, mas fãs
loucos tem e muitos por ai. Vejam o caso da Selena (Não é a Gomez), ou da Ana
Hickman, cujo fã tentou matá-la. Gente doida tem aos montes por ai.
Dá até medo
de escrever um best seller.
Outras
obras conhecidas do mestre do suspense Stephen King são “O Iluminado”, “IT” e “Carrie a Estranha”.
Ficha
técnica:
Título:
Misery
Editora: Objetiva
Número de
páginas: 326
Gênero:
Literatura Estrangeira.
Beijos da Lari
Amei essa resenha!! Adoro quando a autora da resenha faz comparações com outros livros, ajuda a situar! E adorei esse post todo cheio de gifs. Você escreve de uma forma super gostosa, não dá para parar de ler! E que blog mais lindoo!! Amei demais!
ResponderExcluirParabéns.
O King é rei mesmo, preciso de mais livros dele!
Que bom!!! Obrigada!!!! Bjosss
ExcluirOiii!
ResponderExcluirFiquei super curioso para ler! Já agora, adorei esses gifs que escolheu! Ahahaha
Beijos
www.curio-so.blogspot.com
Bom dia, como vai? Confesso que ainda não conhecia esse livro, mas agora que vi a história e a sua resenha fiquei bem curiosa sobre ele. Você arrasou nessa resenha, parabéns. beijos
ResponderExcluirObrigada!!! Bjosss
Excluirola tudo bem ? Que situação , Sheldon esta , a vida dele dependendo do final que vai criar para o livro, só para satisfazer a sua fã maluca . sua resenha está otima me deixo curiosa para saber como ele vai escapar dessa ou não escapar. obrigada pela dicas . bjsss sucesso
ResponderExcluirLarissa boa tarde.
ResponderExcluirA obra de Stephen King é realmente é de dá medo, o livro é magnífico. Achei a narrativa bem fluída, ainda não li nenhum livro do autor, mais espero um dia ler, bjs.
nossa que livro maravilhoso eu tambem ficaria um pouquinho com medo lendo esse livro nossa que doideira essa Annie é meio piradinha em kkk gostei muito de conhecer o livro
ResponderExcluirEssas resenhas são ótimas porque, quando a gente não tem muito tempo para pegar um livro e ler, então.uma boa resenha, assim como essa que você acabou de nós presentear nos dá uma bela ideia de como é a história, os personagens. Faz a gente viajar no tempo. Ótimo. Amei
ResponderExcluirBjs
Bela resenha, amei ... e adorei a ideia desse livro, Stephen King é realmente rei rsrs é como ler um livro dentro de outro livro, muita doideira... mas eu fiquei com pena desse Sheldon só de ler esse resumo, coitado kkk
ResponderExcluirbjs
Até hoje nunca li nada de King, apesar de amar enredos tensos e de ter estômago para tanto. Acho que ainda não li nada dele por negligência mesmo, sei lá! Adorei sua resenha, pois assim fiquei por dentro de mais alguma obra dele. Bexitus, inté!
ResponderExcluirHaha Caramba!! Esse livro... É de tirar as palavras, deve ser o máximo!!! Na verdade é tão eu kkkk OMG, quero muito ler!
ResponderExcluirA resenha ficou muito boa! Os gifs são muito divertidos ❤
Beijos ❤
Jardim de Palavras
Que bom que gostou!! Bjos
ExcluirLarissa
OOOOOOOOI
ResponderExcluirstephen é stephen né, mores? HAHAHAHAH
apesar do George R. R. Martin ser rei em mater personagens e eu super concordar com isso, eu acho que as vezes isso acaba sendo importante pra dar uma renovada na trama ;x mas eu como escritora acho que nunca teria essa coragem de sair matando todo mundo HAHAHAH
adorei os gifs do post!
beijo
www.beinghellz.com.br
Que legal eu não leio livro mais achei super legal seu post gostei muito fiquei curiosa pra conhecer o livro beijos sucesso
ResponderExcluirEu adoro tanto o Stephen King! Sempre ótimas histórias. Gente! Annie é realmente estranha, meu deus. Basicamente sequestrou o autor do seu livro preferido para que realizasse o que ela queria :O os autores sentiriam saudades das críticas de internet e textões chorosos se conhecessem Annie hein. Meu deus que tensão! De olhos vendados? Que interessante, fiquei curiosa em como tudo ocorre. E não sabia que tinha um filme baseado no livro, só sei que quero ver e ler! Ótima resenha, a d o r e i!
ResponderExcluirObrigada!!! Bjosss
ExcluirOi Lari!! Eu ainda não li Misery mas sempre que leio uma resenha desse livro tenho medo dessa enfermeira! Cruzes! Eu ainda quero conferir essa obra do King e depois vejo a adaptação como vc recomendou!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
A ideia por trás de Misery é brilhante, inteligente e excelentemente expressa através da escrita de King. Ele transformou o Misery em um clássico de terror, com algumas cenas traumáticas que ficarão com o leitor por um longo tempo depois de terminarem o livro. O enredo é rápido, cheio de tensão deixou muitos curiosos para saber o final ótima resenha.
ResponderExcluirOlá Alice, tudo bem?
ResponderExcluirÉ por isso que eu amo Stephen King. E também gostei da resenha com ilustrações e gifs, é bem criativo! *~* Essa enfermeira é de dar medo mesmo, mas existem pessoas assim, minha prima era assim com os ídolos dela (principalmente RBD e KLB) só não os prendeu porque aqui geral é pobre e não dá nem para chegar perto deles kk, mas Annie me lembra um tanto a loucura da minha prima pelos ídolos de papel. Essas pessoas precisam de uma grande ajuda psiquiátrica ou a coisa vai piorando até fugir do controle.
Por isso acabei torcendo para Paul vencer essa e se livrar dessa maluca até porque ninguém merece. O suspense e a tortura adoro! Stephen é um de meus escritores prediletos e quero ser igualzinha a ele. <3 Eu não sabia que tinha um filme, tenho que assistir. Sobre a sua resenha, cada vez mais arrasando no detalhismo e na escrita fácil de compreender e trazendo obras maravilhosas (para amantes de terror como eu), eu tive a mesma sensação de estar na pele do protagonista enquanto li. Coitadinho. ;-;
Alice!!! Assisti esse filme, menina! Umas duas vezes e quase tive um ataque de pânico ao ver a ótima Kathy Bates decidir quennão estava gostando do rumo da história qa personagem que ela amava e comneçar a torturar o pobrezinho do escritor. Terrível. Nãoi morreu, por pouco! Amei a resenha! Não li o livro, mas como foi bom relembrar o filme. BJs. Sucesso!
ResponderExcluirTÃO FALANDO DO MESTRE KING, SAIAM DA FRENTE. Eu simplesmente amo tudo o que o King faz, sem pestanejar, amo de paixão. Em pensar que metade dos escritores que conhecemos tem, de certa forma, influência do Mestre do Horror em suas obras. King mesmo tem influência Poeniana, não tem como ficar melhor que isso. A escrita do Stephen é o que chamo de excêntrica, é preciso deixar tudo o que temos contra de lado se quisermos ler uma obra dele sem criar cara feia. Exemplo é o próprio Misery, diferente de ti eu li essa obra sem medo algum, apenas lotada de curiosidade já que a obsessão da Annie serviu como inspiração para uma personagem que criei em um dos meus livros de apocalipse zumbi. Tem um tempo que li, creio que foi na época do ensino médio que foi onde me aventurei no subgênero terror psicológico para poder alavancar meus contos mas olha, é aquele livro que você NUNCA vai tirar da cabeça. Até porque essa é "marca" dele né. Bem como em Sob A Redoma ou mesmo IT — inclusive tô loca para ver a versão desse ano — que mexe com a cabeça do leitor gerando desconforto de um jeitinho que só ele sabe fazer.
ResponderExcluirQuanto ao filme, mesmo com furos é um dos favs, afinal se tornou cult de terror sem esforço algum. Como leitora assídua e uma horror fan de corpo e alma, sou muito suspeita para comentar porque eu vim ao mundo para enaltecer Stephen King, haha. Amei a resenha, sério. Manda mais que nóis gosta. Beijão.
Menina, que resenha incrível! Sério, me impressionou a tua capacidade de entregar tudo sem entregar nada! rsrs
ResponderExcluirConfesso que não sou muito fã desse gênero... Assim como você, tenho coração fraco quando se trata de terrores psicológicos e justamente pelo mesmo motivo: não são realmente ficcionais! Me apavora a ideia de encontrar uma pessoa assim na rua... então, pra não encher a cabeça de minhocas, prefiro me ater às ficções fantásticas mesmo!
Sem duvidas o Stephen King é o rei do suspense e do medo! Todos as obras dele tem essa pegada, qualquer livro que vc for ler, vai encontrar esse mix de suspense e terror! Esse eu ainda não conheço, mas vou procurar!
ResponderExcluirGosto bastante das obras de Stephen King, mas ainda não li essa. Já conhecia a sinopse, mas sem muitos detalhes. Agora fiquei bastante tentado com a resenha e tb curioso pelo filme, nem sabia dessa adaptação. Como vc consegue pular partes do livro? kkk Eu sou do tipo que não consigo nem parar um filme pelo meio quando tá ruim. rsr Adorei a resenha, vou conferir essa dica.
ResponderExcluirPARABENS PELO BLOG, SUPER LEVE E GOSTOSO DE LER, SUA RESENHA É OTIMA. NÃO CONHECIA O LIVRO, MAS FIQUEI BEM INTERESSADA. BJOS
ResponderExcluirOlá
ResponderExcluirGostei muito de conhecer um pouco sobre esse livro,ainda não li mais com certeza quando eu tiver uma oportunidade irei ler,adorei os esses gifs,parabéns pela resenha ficou ótima você escreve muito bem mesmo um beijo.
http://www.alzineterodrigues.com/
Uma das minhas metas esse ano é ler mais obras do mestre.
ResponderExcluirMas confesso que essa adaptação eu não consegui encarar =/
O livro eu ainda não li, mas quero muito <3
Adoro esse carinha...nao existe outro igaul5e sinto a mesma coisa que vc disse. Me jogo de cabeça e fico aterrorizada haha. Bjs NaniMoreira.com.br
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