11/02/2017

Resenha: Buffy, a caça vampiros - a escolhida

   


Oieeee gente!!!

A resenha de hoje será possivelmente uma das mais difíceis que eu já fiz, porque se trata da minha série preferida. Assim como “Desventuras em Série”, Buffy também foi um filme (ruim, diga-se de passagem) antes de virar série. E depois ainda virou série de graphic novels da Dark Horse. Muita pressão para escrever um texto que faça juz. Isso porque a série, cuja ultima temporada foi ao ar em 2003, fará 20 aninhos em 2017.

Eu sei o que vocês devem estar pensando. “AAAAi, série de vampiros?”
Acontece que Buffy, a caça vampiros, não é apenas uma série sobre uma mortal que se apaixona por um vampiro, cuja história gira em torno do amor proibido dos dois, e do quanto o namorado é o máximo, e brilha sob a luz do sol (alerta de alfinetada. Oops, já foi).

Joss Whedon partiu de duas premissas para criar a série.
A primeira é: E se a garota que anda no beco à noite, à mercê de todo tipo de perigos, não fosse indefesa? E se ela tivesse super poderes?  

A segunda: O ensino médio é um inferno, onde enfrentamos todos os tipos de criaturas hostis.

O primeiro episódio foi ao ar em 1997. Contava a história de Buffy Summers, (Sarah Michelle Gellar) uma adolescente de 15 anos, bem patricinha, que chega a Sunnydale, na Califórnia, junto com a sua mãe, após a sua expulsão da escola anterior, da morte do seu treinador e guardião (chamado de sentinela), e o divórcio dos seus pais, pelo qual ela se sente culpada.

O que ninguém sabe, nem mesmo a sua mãe, é que, por trás das roupas de líder de torcida e da attitude levemente petulante, ela faz parte de uma linhagem de caça vampiros, cada uma ativada quando a outra morre. Ou seja, não rola greve, nem aposentadoria. Seus super poderes incluem uma super força, sentidos aguçados, além de resistência a golpes. Ou seja, ela não é indestrutível. Pense em um Peter Parker de saias, que patrulha os cemitérios todas as noites.

Sunnydale, onde Buffy vai morar, é localizada sobre uma boca do inferno, tornando a cidade o centro de toda a atividade demoníaca, ponto de convergência de energia mistica, não por acaso. O criador concebeu a cidade como uma paródia das cidades pequenas de filmes de terror, onde nada acontece.

Nessa escola, ela vem a conhecer aqueles que se tornariam seus melhores amigos, Alexander (Xander) Harris (Nicholas Brandon), e Willow Rosenberg (Alisson Hannigan). Descobre que o seu novo sentinela é o bibliotecário inglês Rupert Giles (Anthony Stewart Head), tem uma relação de animosidade e depois amizade relutante com Cordelia Chase, a Queen Bee da escola (Charisma Carpenter).

Mais tarde, outros personagens aparecem, como o boa praça Oz (Seth Green). E tem ainda o seu interesse amoroso, o vampiro arrependido, Angel (David Boreanaz). Isso pra não falar nos outros personagens envolventes que surgem depois. Dawn, Tara (Amber Benson), Anya (Emma Caulfield), Spike (James Marsters). Aliás, melhor vampiro heavy metal que você respeita #teamspike. 
E não podemos esquecer da Faith (Eliza Dushku) a própria gêmea má em termos de caçadora. 

O que torna essa série tão importante não é o enredo por si só. Aliás, não só o enredo. São as alegorias, os Easter Eggs, as zilhões de referências que Joss Whedon coloca nos diálogos. As metáforas tão precisas quanto um golpe de estaca no coração.
"Mamãe, no céu tem sangue?" E puf, sumiu. 
Temos uma loirinha frágil que carrega o peso do mundo nos ombros, e mal consegue fazer o dever de casa, e não tem tempo para ler porque passou a noite garantindo que todos estivessem em segurança. (Pontos por não ser a melhor aluna da turma, diretora do grêmio, puxa-saco dos professores, estilo protagonista da Malhação). Por falar nisso, temos a nerd tímida quase invisível, apaixonada pelo melhor amigo, que gradualmente se torna uma bruxa poderosa, temos um vampiro dividido entre assassino implacável e madalena arrependida, um lobisomem adolescente que lida com um conflito parecido, além das mudanças no próprio corpo. Uma mãe que tem dificuldades de entender a verdadeira natureza da filha. E isso só nas primeiras temporadas.
Outro aspecto interessante de Buffy é que os personagens têm camadas. Poucos são os vilões puros, e mesmo eles têm um ponto fraco. A protagonista pode cometer erros de julgamento, e os seus erros afetam todos à sua volta. De repente, um personagem “bonzinho” cede ao impulso, inveja, ou maldição, vício ou desilusão amorosa, e acaba se tornando o chefão da temporada. É como se o Joss Whedon nos forçasse a olhar sempre os dois lados de uma moeda.

Ao longo de sete temporadas, vemos, disfarçados de alegoria ou não, stress pós traumático, namoros abusivos (não romantizados, ieeeeeeeee), depressão, infidelidade, vício, luto, conflitos familiares, auto-conhecimento, terapia, homossexualidade. E com todos os vampiros e demônios, ainda consegue ser mais realista do que muita série adolescente.
Imagine a força disso, se você assistir a série na adolescência. Faz ideia do impacto, até nos dias de hoje, 20 anos depois, em que parece que a humanidade deu vários passos para trás? Em que feminismo virou palavrão e mulheres, e não agressores, ainda são culpabilizadas por serem abordadas na rua, se estiverem com roupas curtas. Nós precisamos de personagens femininas empoderadas. 

Além disso, Joss Meister, tal qual outra escritora super mega blaster boss, criadora de outro escolhido que veio a publico em 2007 (quem adivinha?) incorporava elementos de folclore nos personagens.

Meus episódios preferidos, são Innocence, da segunda temporada, The Prom, da terceira (chorei baldes), Hush, da quarta temporada, e Once more with Feeling, da sexta. Foram os que mais mexeram comigo. 

Fora que, sem dar detalhes do enredo, posso dizer que na época em que foi ao ar, alguns haters disseram que Buffy só fazia sucesso por causa dos diálogos. Em resposta, Joss e sua equipe criaram um episódio completamente mudo. E, com o perdão do trocadilho, deixaram os críticos sem fala.
Já em “Once more with Feeling”, os personagens se veem presos a um feitiço que faz com que todos revelem os seus segredos mais íntimos, enquanto dançam e cantam, estilo La La Land. Alguns revelam hábitos irritantes do parceiro, outros descobrem que estão sendo enganados, outros revelam mais do que pretendiam, sobre como se sentem.
"Então, alguém, por acaso, tipo, começou a cantar do nada?" 
Para encerrar, eu gostaria de dizer que o maior mérito dessa série é ter sido escrita de tal forma que pode ser apreciada nos anos 90 ou hoje em dia. Joss Whedon tem o talento de escrever e ser engraçado sem humilhar nenhuma minoria (alguns vampiros discordarão, mas não passa de intriga da oposição).


Não se pode dizer o mesmo dos efeitos especiais porcos da época, mas levando tudo isso em conta, dá pra relevar, vai.




Claramente não é a turma de design gráfico se formando.







Buffy, a caça vampiros foi ao ar de 1997 a 2003. As sete temporadas estão disponíveis no Netflix.


Classificação, de 0 a 5 vampiros suspirantes arrependidos. 







Bjos da Lari

45 comentários:

  1. Curiosa nível Master mais uma série pro meu caderninho de séries

    www.daysesouzablog.blogspot.com

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  2. Oi, Alice!
    Menina, essa série é referência em tanta coisa.. tenho vontade de assistir, mas são tantas temporadas..
    Beijos
    Balaio de Babados
    Promoção Quatro Anos de Minhas Escrituras

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    1. Oi, Hoje quem escreve é a Larissa. :-) Bjossss

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    2. N pense nas tantas temporadas, ate pq se a serie n te pegar de cara, n adianta assistir forçada. Mas tenta chegar na segunda pq eh dai q comeca a valer a pena kkkkk

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  3. Oi Lari,
    É um clássico, né?
    Preciso assistir a série, me sinto um peixe fora d'água por não ter assistido, rs.
    beijo
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br/

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  4. Oiii Alice

    Ah voltei na infancia agora com esse post, que saudades da Buffy e do Angel, eu amava tanto esse casal. Depois ela ficou com o Spike e achei tudo muito nada a ver apesar de gostar dele. Assisti praticamente todos os capítulos dessa série e até hoje considero uma das melhores.

    Beijos

    Alice and the Books

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    1. Oi, aqui é a Larissa. Eu sou a colaboradora dos sábados. Mas vou ter q discordar de vc. Tenho um fraco pelo Spike kkkk

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  5. Oi, Larissa
    Essa série parece ser bem legal, não assisto séries pq não tenho Netflix, mas quando tento entrar em sites grátis me da aquela preguiça de ficar procurando séries, vi muitas que faz meu tipo, mas não são tão boas como essa parece ser. Em alguns momentos pareceu um POUQUINHO com a série Crepúsculo, mas só um pouco pq a bela não era caçadora de vampiros kkk. Amei a parte "Pense em um Peter Parker de saias, que patrulha os cemitérios todas as noites." kkkkk ri muito. Sua resenha está perfeita, muito boa mesmo, obrigado pela indicação

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    1. Nunca diga a palavra com C ahahahahaa Falando serio. Acho q joss whedon e Stephenie Meyers tinham premissas diferentes em mente. Buffy, por mais q muitas vezes parecesse referencia de varias outras obras, alias parodia mesmo, era original. O vampiro por quem ela se interessa não é e nem pode ser o centro do seu mundo. As relacoes amorosas que ela tem aparecem na vida dela enquanto ela leva a vida fazendo outras coisas.

      Inclusive, fato curioso. Acontece isso de a protagonista ser observada enquanto dorme, mas isso é visto na serie como comportamento psicopata. Já Crepusculo, o q eu entendi de alegoria foi a questao da abstinencia sexual mesmo...

      bjosss

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  6. GEEEEEEEEEEEEEEEEENTE, NÃO SABIA QUE ESSA SÉRIE ERA TÃO TUMULTUADA ASSIM *o8
    HAHAHAHAH
    Me deu super vontade de ver agora. *correndo pro Netflix* ahahahaha valeu pela sua opinião :)
    Fiquei curiosa!

    beeijão :)
    http://www.carolhermanas.com.br/

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  7. Oi! Momento nostalgia pura, eu adorava esta série. Que pena não ter mais algo tão bom assim hoje em dia.

    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  8. Adorei a resenha porem irei passar a dica porque não gosto de assistir muito, sou mais de ler mesmo. Obrigado

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    1. Claro. Eu tento dar uma variada entre os tres, aqui no blog. Mas se vc assistir ate a setima temporada, a oitava em diante sao graphic novels.

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  9. Ainda não conhecia a série mas não sei se assistiria, ando um pouco enjoada de vampiros mas quem sabe essa série não me faz mudar de opinião? Vou deixar anotada aqui.

    beijinhos!

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    1. Te garanto q vc n se arrependeria de ver. Eu mesma to sem saco pra vampiros. Mas Buffy eh mara! ahahaaha

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  10. OIE!

    Vou tentar começar a assistir está série!

    Abraços...

    http://submundosliterarios.blogspot.com.br/

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  11. Oi Lice, adorei o post e já vai pra minha lista da netflix...
    Bjoss da Isa 💕

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  12. Olá, Larissa.
    Eu amava essa série. Não perdia nenhum episódio. Deu muita saudade agora. Acho que vou assistir novamente hehe. E também porque não lembro de ter assistido ao final. Era ruim assistir na tv aberta por isso. Do nada mudavam o horário dos episódios e quando não paravam de passar mesmo.

    Prefácio

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    1. Assistir na globo é mto zoado. Cortam episodios, deixam de exibir. Nem confio n. Mas temos netflix hj em dia pra isso! ehehehe

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  13. Oi, Lari!
    Eu lembro com carinho de Buffy e de ter assistido alguns episódios aleatórios nas tardes de sábado na Globo. Aliás, saudade de quando a Globo exibia séries nas tardes de sábado... Tenho vontade de ver a série toda, direitinho, por tudo o que você falou nos post e que na época, pela idade, não me dei conta.

    Beijos, Entre Aspas

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    1. Eu n cheguei a assistir na globo. Vi só na fox, no ano q tava terminando, e depois mimha amiga me.emprestou ate a quarta temporada. O resto fui assistir so anos depois.

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  14. Sou doida pra ver!!! Bem antiguinha e faz tempo que tenho vontade de dar uma olhada hahah

    xox
    Próxima Primavera
    Participe do sorteio de 1 ano do blog (2 livros + brinde)

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  15. hello, you write sensational blog, you may be
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    kisses from Poland :*
    ayuna-chan.blogspot.com

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  16. Oi, Lari. Infelizmente eu não tenho paciência pra essa coisa de "série vampiresca". O negócio é que eu mal gosto de série e esse negócio de vampiro é meio batido para mim, então sempre evito ver algo relacionado ao assunto. Mesmo assim, gostei da indicação até porque nunca tinha ouvido falar da série.
    Beijo! Leitora Encantada
    Promoção 4 anos de blog Minhas Escrituras

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    1. Claro. Eu entendo, e eu mesma não sou mto fã do genero. Os poucos filmes de Crepusculo q vi foram na globo, e nunca vi Vampire Diaries. Eu recomendei essa, de todas as séries e sagas, justamente por n ser uma série apenas sobre vampiros. Mas super entendo.

      Bjosss

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  17. Amo histórias que envolvem vampiro, amei a indicação! Ainda não conhecia. ♥

    www.kailagarcia.com

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  18. Vou procurar para assistir adoro vampiros!

    Bjs
    Suka
    http://www.suka-p.blogspot.com.br

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  19. Olá
    Apesar de ver você defendendo a serie com unhas e dentes, eu não tenho paciência para vampiros então, não irei assistir Buffy. Mas adorei seu post e suas observações, tem muita coisa interessante ai.
    Beijuh

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  20. Parabens pela parceiria e os livros dela me parecem ser muito bons.

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  21. Ameei esse post, que nostalgia, não sabia que estavam na Netflix! Vou correndo terminar de assistir! <3

    Um beijo, Carol
    Blog com V.

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  22. Eu não sou muito de assistir série, mas a maneira que você falou sobre essa me deixou morrendo de vontade!
    Amei.
    Beijos.

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Alice Martins

Oie! Sou a Alice, tenho 27 anos, sou Mestra em Engenharia de Produção, Pós-graduada em Revisão de Texto e Graduanda em Letras. Leio todos os gêneros literários, mas tenho um apego pelo romance (dramático, dark e hot) e pelo suspense. Sou viciada em música, série e açaí. Atualmente, trabalho com revisão literária e tenho um podcast de true crime/suspense com uma amiga. Me acompanhe nas redes e venha compartilhar amor comigo!




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